
A Perdigão, outra que investiu bastante em aquisições recentemente, também mostra cautela. Segundo Nildemar Secches, presidente da empresa, o momento é de finalizar a integração das operações com a Eleva, forte em lácteos, comprada em outubro de 2007. No segmento de bovinos, a companhia fará o que chama de "parada técnica". E também não mostra disposição de sair fazendo novas aquisições apenas por conta da queda dos preços dos ativos. "A pior coisa para comprar numa liquidação é o que você não precisa", compara José Antônio Fay, que no próximo dia 28 substitui Secches na presidência da Perdigão. O executivo vai assumir o cargo num momento mais difícil do mercado, mas não se queixa. "Quem trabalha em bens de consumo tem de estar preparado para incertezas", diz ele, que já passou por Electrolux, Bunge e Batávia. As dificuldades no mercado são um desafio a mais para o novo presidente. A partir de 29 de outubro, Fay passará a ser cobrado pelo conselho de administração, presidido por Secches, para manter o forte ritmo de crescimento da última década, que levou a receita da Perdigão subir de 13% a 14% ao ano. O Bertin, também com foco principal em bovinos, ainda não definiu seu plano de investimentos para os próximos cinco anos, mas a discussão em torno dele já é contagiado pela crise financeira. João Nogueira Batista, CEO da empresa, afirma que a maior parte dos aportes de R$ 1,8 bilhão previstos para 2008 (incluída a compra da Vigor, do ramo de lácteos), já está aplicada. Um dos investimentos em curso é a construção de uma unidade em Diamantino (MT), que deve começar a operar em 2009. Se os valores dos ativos recuarem, o Bertin também não descarta aquisições.