Por muito tempo, esse suposto "Quarto Poder" era colocado ao lado dos outros três; Executivo, Legislativo e Judiciário. O Executivo é representado pelo administrador público, eleito pelo povo. O Legislativo, pelos parlamentares, também eleitos pelo povo. E o Judiciário por cidadãos concursados, e um quinto de indicados.
Sobre todos esses três poderes jogam-se "luzes" acerca da influência do Poder Econômico. Notadamente, o Judiciário é o menos afetado, por ter um grau de independência maior e ainda ser a única via pela qual se pode contestar os outros dois.
A "Imprensa", portanto, não deve ser vista como um "Poder", nessa significação jurídica. Juridicamente, aliás, fala-se mais em "função" do que em "Poder".
Interessadas em lucrar, as empresas de comunicação investem em pólos logicamente adversos. A equação, tecnicamente insolúvel, mas, na prática, muito bem resolvida, deve fazer com que o órgão receba todo tipo de anúncio e, ao mesmo tempo, tenha independência e liberdade para questionar os interesses das empresas anunciantes e ou do grupo político patrocinador.
Assim, os leitores acreditam que têm em mãos um veículo independente e corajoso, ao passo que os anunciantes e politicos sentem-se no conforto de não ter complicações, visto que lá efetuam seus pagamentos por meio de propagandas e afins. No geral, age de forma ridiculamente parcial, destruindo todo e qualquer princípio básico de isenção e imparcialidade.